Flamengo
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O Clube de Regatas do Flamengo foi fundado no dia 15 de novembro de 1895 com o nome de "Grupo de Regatas do Flamengo". Objetivo: participar das regatas que se realizavam na Baía da Guanabara. Em 1902 surgiu a divisão terrestre de esportes, mas foi em 1911, com a chegada do futebol, que o Flamengo tomou mesmo impulso e seu nome passou a ser Clube de Regatas do Flamengo.
Os fundadores são os seguintes: Domingos Marques de Azevedo, José Agostinho Pereira da Cunha, Mário Spínola, José da Cunha Menezes, Maurício Rodrigues Pereira, Napoleão Coelho de Oliveira, Nestor Barros, Felisberto Cardoso Laport, José Maria Leitão da Cunha, Carlos Sardinha, Desidério Guimarães, Francisco Lucci Goiás, José Barbosa e Jorge Leuzinger.
A verdadeira data de fundação do "Grupo de Regatas do Flamengo" foi numa noite de 17 de novembro de 1895. Mas todos decidiram trocar a data para 15 de novembro, Dia da Proclamação da República, por ser feriado nacional. Uma outra decisão importante para a época: ao invés de criar um "Club", como era comum naquele tempo devido à influência inglesa, os rubro-negros preferiram a denominação de "Grupo", não se sabe bem se por nacionalismo ou antianglicanismo.
Em outubro de 1902, o "Grupo de Regatas do Flamengo" passou a se chamar "Club de Regatas do Flamengo" e nesse mesmo ano o "Club" organizou a primeira regata da Federação Brasileira das Sociedades de Remo, nome que substituiu o Conselho Superior de Regatas.
As discussões para criação do grupo começaram em setembro de 1895 sob a luz dos lampiões do Largo do Machado e nas mesas do Café e Restaurante Lamas, no mesmo local. A idéia de fundar o "Grupo de Regatas do Flamengo" surgiu para enfrentar o grupo rival do Botafogo, criado em 1892 com a compra da baleeira "Etincelle". Os rapazes do Botafogo eram considerados "ricos e endinheirados" para os padrões da época, enquanto a rapaziada do Flamengo, Largo do Machado, Glória e Catete era tida como "gente mais modesta".
Conta-se que os remadores do "Grupo de Regatas Botafogo" passeavam lentamente pela Praia do Flamengo, a bordo da "Etincelle", acenando para as moçoilas que estavam à beira mar e convidando-as para um passeio pela Baía da Guanabara. Indignados com a ousadia, José Agostinho Pereira da Cunha, Nestor de Barros, Mário Spínola e Augusto da Silveira Lopes promoveram as primeiras reuniões destinadas a fundar o "Grupo de Regatas do Flamengo". Logo se juntaram a eles Felisberto Laport e José Félix da Cunha Menezes. Os seis então fizeram uma "vaquinha", juntaram 400 mil réis e compraram a baleeira "Pherusa", muito estragada e que necessitou de uma enorme reforma numa garagem da Praia de Maria Angu, no bairro do Caju. A empreitada custou 250 mil réis e a "Pherusa" ficou novamente bonita e em condições de navegação.
No dia 6 de outubro de 1895, a "Pherusa" foi lançada ao mar para um passeio até a Ponta do Caju levando a bordo Nestor de Barros, José Félix, José Agostinho Pereira da Cunha, Felisberto Laport, Napoleão de Oliveira, Maurício Rodrigues Pereira e Joaquim Bahia.
O mar, que na saída da "Pherusa" estava calmo, ficou encrespado e foi piorando à medida que a baleeira avançava em direção à Baía da Guanabara para atravessá-la até a Ponta do Caju. O vento de noroeste aumentou e a "Pherusa' não suportou: virou e jogou dentro d'água os sete rubro-negros a bordo. Seis deles se agarraram desesperadamente no casco da embarcação enquanto Joaquim Bahia resolveu voltar para a Praia do Flamengo a nado. Uma loucura.
Os outros seis remadores foram resgatados pela lancha "Leal", que levava a bordo um grupo de pescadores de uma colônia da Penha. Todos chegaram minutos depois ao Cais Pharous, na Praça Quinze, juntamente com a "Pherusa" rebocada. E Joaquim Bahia? Joaquim Bahia havia sumido no meio do mar "mexido" nadando rumo à Praia do Flamengo, o local de partida. Quatro horas depois, quando todos já se desesperavam e imaginavam o amigo morto por afogamento, surgiu Joaquim Bahia, retirado do mar sob aplausos e em triunfo. Estava ali registrada a primeira demonstração da garra que seria a mística do Flamengo para sempre.
O Jornal do Commercio, em sua edição de 9 de dezembro de 1895, registrou o fato assim: "Desastres: Joaquim Leovigildo dos Santos Bahia, em companhia de seis indivíduos, dirigia-se num bote em direção à Praia do Flamengo, quando de repente virou-se a embarcação em conseqüência de forte ventania que reinava na ocasião, lutando todos para se salvarem. Uma lancha, que vinha da Penha, salvou os seis companheiros de Bahia e este foi a nado até a Ilha do Bom Jesus, onde narrou o ocorrido ao delegado da 18ª Circunscrição".
Ninguém gostou da nota, por chamar o grupo de "indivíduos" e classificar a baleeira "Pherusa" como "um bote". Mas o aborrecimento foi superado pela primeira notícia que o Flamengo produzia na Imprensa brasileira e porque o fato marcava o heroísmo de um dos fundadores do grupo de remo que se transformaria no clube mais popular do Brasil. Quanto à baleeira "Pherusa", voltou ao estaleiro para novo conserto, mas acabou sendo roubada e ninguém mais a viu. Pé frio no Flamengo jamais!
O grupo recém-criado não podia morrer e logo uma nova "vaquinha" foi feita. Neste novo rateio entraram George Leuzinger, José Agostinho Pereira da Cunha, José Félix e Felisberto Laport. Foram arrecadados 500 mil réis para comprar a baleeira "Scyra", até então batizada "Etoile" e pertencente a Luciano Gary. A embarcação foi devidamente registrada na "Union des Canotiers" e os Rubro-Negros começaram a se movimentar para legalizar a vida daquele que viria a ser o "Grupo de Regatas do Flamengo".
Nestor de Barros morava no casarão de número 22 da Praia do Flamengo. O casarão era, na verdade, uma casa de cômodos, um cortiço bem cuidado, que alugava quartos. Para lá foi convocada a primeira reunião da turma. E lá estiveram Nestor de Barros, José Agostinho Pereira da Cunha, Mário Spínola, Napoleão Coelho de Oliveira, Francisco Lucci Collás, Felisberto Laport, José Maria Leitão da Cunha, Carlos Sardinha, Eduardo Sardinha, Maurício Rodrigues Pereira, Desidério Guimarães, George Leuzinger, Emídio José Barbosa, José Félix e Domingos Marques de Azevedo.
Domingos Marques de Azevedo era um guarda-marinha, amigo inseparável da turma, mas que apareceu por acaso naquela noite no casarão nº 22 da Praia do Flamengo. Mas se entusiasmou de tal forma com a idéia de ser fundado o "Grupo de Regatas do Flamengo" que acabou aclamado como primeiro presidente da agremiação. Para a vice-presidência foi aclamado Francisco Lucci Collás e para o cargo de secretário o dono do casarão, Nestor de Barros, enquanto Francisco Laport ficou com o cargo de tesoureiro.
Foi lavrada uma ata, assinada por aqueles quinze ilustres brasileiros. Dias mais tarde, também foram considerados fundadores do "Grupo de Regatas do Flamengo" outros três amigos da turma: Augusto Lopes da Silveira, João de Almeida Lustosa e José Augusto Chaléo. Assim, o Flamengo teve um total de 18 fundadores que assinaram a Ata de Fundação. Isto aconteceu numa noite de 17 de novembro de 1895, mas logo a data foi oficializada para 15 de novembro para coincidir com o feriado da Proclamação da República.
Era preciso então escolher as cores da agremiação. E foram escolhidos o azul (do mar da Baía de Guanabara) e o ouro (das riquezas do Brasil). A sugestão foi do fundador Mário Spínola: uma bandeira com doze listras horizontais largas nas cores azul e ouro, com um quadrado em fundo preto, com duas âncoras entrelaçadas, no canto de cima, à esquerda, colado ao mastro.
No comércio da época, era difícil encontrar todas aqueles cores de pano que vinham importados da Europa. Alguém chegou a sugerir que os uniformes e a bandeira do "Grupo" fossem feitos na Inglaterra. Enquanto isso, o segundo uniforme em preto e vermelho nas camisas com calções brancos era facilmente confeccionado porque as cores facilitavam a compra no comércio local.
O nome de batismo Grupo de Regatas do Flamengo durou até 1902 quando, por sugestão do poeta Mário Pederneiras, foi trocado para Club de Regatas do Flamengo. Isto aconteceu em outubro de 1902. A implantação do futebol aconteceu no Natal de 1911, mas desde 8 de novembro daquele ano Alberto Borgerth, até então centro-avante do Fluminense Foot-Ball Club, insistia na criação do Departamento de Esportes Terrestres - o futebol, na verdade -, apesar dos votos em contrário da maioria dos fundadores e todos os remadores, que consideravam o futebol "esporte menor". A criação do futebol no Flamengo foi sacramentada depois que todo o time do Fluminense, sob o comando de Borgerth, deixou as Laranjeiras porque o então centro-avante e capitão tricolor tinha sido barrado pelo zagueiro Ernesto Paranhos. A estréia da equipe de futebol só ocorreria em 3 de maio de 1912 contra a equipe da fábrica de chapéus Mangueira. Flamengo 16 a 2.
A TROCA DAS CORES = A troca das cores azul-e-ouro pelo preto-e-vermelho não demorou muito a troca. Os estatutos foram alterados e o novo uniforme passou a ser com calção preto até os joelhos, camisa listrada em preto e vermelho com gola alta e manga curta. Tudo bem justinho. Um cinto branco de lona, de cinco centímetros de largura, segurava o calção. As meias era brancas e, para complementar, um gorro branco de malha na cabeça.
A mudança também afetou a flotilha. Como já havia feito com a palavra "Club", trocada por "Grupo", os fundadores do Flamengo também aboliram de vez os nomes gregos que vinham sendo dados às suas baleeiras. Um escaler de dez remos foi batizado de "Aymoré" e uma canoa de corridas de seis remos recebeu o nome de "Yaci". Uma outra embarcação pequena, de dois remos, foi batizada de "Irerê", todos nomes indígenas, o que se tornou uma exigência que consta dos Estatutos do Flamengo, artigo 160. Uma outra exigência dos Estatutos, artigo 158, é a inclusão da frase "Uma Vez Flamengo, Sempre Flamengo" em todos os papéis de expediente do Clube.
A 7 de dezembro de 1895, na primeira regata oficial que o "Grupo de Regatas do Flamengo" disputou, nossos remadores foram traídos pela comida preferida de um dos maiores rivais, a bacalhoada. Nosso atletas comeram tanto bacalhau e beberam tanto vinho antes da competição na Praia de Gragoatá, em Niterói, que não suportaram o esforço durante a prova. Vomitaram o que tinham no estômago e acabaram cruzando a linha de chegada rebocados por um barco do Botafogo. O fato foi noticiado pelo jornal "O Paiz", que correu de mão em mão e foi motivo de brincadeira no meio dos remadores.
Foi a última vez que a turma do "Grupo de Regatas do Flamengo" não levou a sério as competições de remo. A partir dali, o Flamengo entrou firme nas regatas e chegou a ser conhecido como o "grupo do bronze", tantas eram as suas medalhas como terceiro colocado nas competições. Mas a 5 de junho de 1896, o Flamengo finalmente subiu ao lugar mais alto do pódio ao conquistar sua primeira medalha de ouro no remo. Os heróis do feito histórico foram Costa Ferreira (timão), José Agostinho Pereira da Cunha e Raul Leitão da Cunha a bordo da baleeira Irerê, de dois remos.
O Flamengo começou a ganhar fama e a sede no casarão número 22 da Praia mereceu um apelido que revelava a irreverência dos seus freqüentadores: "República da Paz e do Amor". Conta o jornalista Mário Filho em seu livro "Histórias do Flamengo" que as moçoilas da época passeavam pela calçada da Praia do Flamengo mas não tinham coragem de passar pela porta do casarão. Davam meia volta três casas antes porque temiam os remadores que circulavam pelo 22. Mário Filho revelou que os remadores do Flamengo gostavam de andar nus pelo quintal do casarão e alguns trepavam nas árvores na hora do recreio do colégio de freiras. As irmãs olhavam para cima, viam aquela cena e mandavam as meninas entrarem nas salas de aula ou fechassem os olhos.
Mas aquele grupo que tinha fama de irresponsável seria um dia considerado herói depois que uma tremenda ressaca fez as águas da Praia do Flamengo invadir as ruas e os casarões em frente, inclusive o prédio do colégio de freiras vizinho à sede do clube. Nervosas e com medo, freiras e alunas que tanto temiam os remadores Rubro-Negros começaram a pedir socorro e foram atendidas. Nossos remadores invadiram o colégio e retiraram quem estava lá dentro.
Estava terminando o Século XIX e o Flamengo já tinha popularidade, embora atuasse apenas no remo. No início do Século XX, mais precisamente em 1902, foi fundado o Fluminense Foot-ball Club. América, Botafogo e Bangu surgiriam dois anos depois. Em 1905 foi criada a Liga Metropolitana de Futebol e em 1906 era disputado o primeiro Campeonato Metropolitano. O Flamengo era só de remo até que Alberto Borgerth, numa assembléia de sócios, propôs que fosse criada uma seção de futebol. O assunto provocou polêmica, mas começou a ser estudado a partir de 8 de novembro de 1911. Na noite de Natal de 1911, a nova diretoria do "Grupo de Regatas do Flamengo" autorizou a criação de uma Divisão de Esportes Terrestres que permitiria, enfim, a entrada do futebol no clube.
Um detalhe interessante é que Alberto Borgerth jogava futebol pelo Fluminense mas torcia pelo remo Rubro-Negro. O professor Jacintho Paiva Neto, Benemérito do Flamengo e um profundo estudioso da história de fundação do clube, garante que por ter Alberto Borgerth ligação muito próxima do remo rubro-Negro bem antes da fundação do Fluminense, é o Flamengo o pai do futebol tricolor, e não o inverso como teimam alguns, alegando que o futebol do Flamengo só iria ser oficializado 16 anos depois da fundação do "Grupo de Regatas" e 9 anos depois da fundação do aristocrático Fluminense Football-Club. "O Borgerth era Flamengo muito antes de ir jogar futebol no Fluminense. Só não o fez no Flamengo porque não lhe foi permitido", diz o professor Jachinto Paiva.
A verdade é que, tão logo foi autorizada a criação da Divisão de Esportes Terrestres no Flamengo, Alberto Borgerth rompeu definitivamente com o Fluminense, que tinha acabado de sagrar-se campeão metropolitano de 1911. Com ele, saíram para o Flamengo outros oito companheiros: Othon Baena, Píndaro de Carvalho Rodrigues, Emmanuel Nery, Ernesto Amarante, Arnaldo de Almeida (Galo), Orlando Matos, Gustavo de Carvalho e Lawrence Andrews.
O Flamengo tinha futebol, mas não tinha campo para treinar. Daí começou a popularidade que tornaria o Mengão "O Mais Querido do Brasil". O motivo foi o mais simples possível: os jogadores trocavam de roupa no 22 da Praia do Flamengo e iam andando pela calçada até a Praia do Rússel para treinar. O "toc-toc' das travas das chuteiras no chão das calçadas era acompanhado pelo povão. A meninada imitava aquele "toc-toc" com a boca e já era conhecida dos jogadores. O bonde que passava pela Praia do Flamengo também ajudou nessa popularidade porque tinha um ponto bem em frente ao casarão 22. No portão do 22 havia sempre um remador cumprimentando as pessoas e ajudando as senhoras a descer do bonde.
A estréia do futebol Rubro-Negro aconteceu no dia 3 de maio de 1912, no campo do América, no Andaraí. O jogo foi contra o Mangueira e o Flamengo goleou por 16 a 2. A camisa usada pelo time era nas cores preto-e-vermelho, em quatro gomos, que seria batizada pelas torcidas adversárias de "Papagaio de Vintém" por ser considerada de baixa qualidade. Essa camisa durou apenas dois anos. Tão logo, com ela, o Flamengo perdeu seu primeiro Fla-Flu em 7 de julho de 1912, começaram as desconfianças e os mais supersticiosos diziam que a "Papagaio de Vintém" dava azar. Com o vice-campeonato carioca em1913, o uniforme foi definitivamente esquecido e o Flamengo estreou uma camisa que foi chamada de "Cobra Coral", com a qual o Flamengo foi bicampeão carioca em 1914-1915.
Em junho de 1916, também a "Cobra Coral' foi deixada de lado. A partir de 4 de junho de 1916, quando da inauguração do Estádio do Flamengo em terreno da Família Guinle, na Rua Paissandu esquina com Rua Guanabara (hoje Pinheiro Machado), o Flamengo passou a usar a camisa Rubro-Negra com doze listras largas em vermelho-e-preto, tal como se mantém até hoje, apesar das variações sobre o mesmo tema que foram feitas.
A estréia do novo uniforme foi num jogo contra a Associação Atlética São Bento, de São Paulo, embora o desenho listrado só tenha sido aprovado pelo Conselho Deliberativo do Flamengo em 23 de dezembro de 1920.
Na estréia no futebol, diante do Mangueira, o Flamengo jogou com Baena, Píndaro e Nery; Lawrence, Gilbert e Galo; Baiano, Arnaldo, Amarante, Gustavo de Carvalho e Alberto Borgerth. Gustavo de Carvalho, nascido em 1894 na cidade paulista de Sorocaba, seria o autor do primeiro gol da história do Flamengo, de um total de cinco que fez naquele jogo. Os outros onze gols da goleada de 16 a 2 foram de Arnaldo (4), Amarante (4), Borgerth (2) e Galo (1). Levi e Otávio fizeram os gols do Mangueira.
Em 1914, o Flamengo conquistou seu primeiro título de campeão metropolitano. O time formado por Baena, Píndaro e Nery; Curiol, Miguel e Galo; Oswaldo, Baiano, Borgerth, Riemer e Raul terminou o campeonato com uma única derrota para o Botafogo. Ganhou oito jogos e empatou três. O artilheiro da competição foi o Rubro-Negro Riemer, com 13 gols.
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O futebol ganhou força definitiva entre os desportistas cariocas a partir daquele ano de 1914 com a realização de um Campeonato Sul-Americano no Rio de Janeiro. Engraçado que o futebol era o esporte das elites, bem ao contrário dos tempos atuais. Lima Barreto era um dos críticos mais contundentes do futebol por causa daquele elitismo.
Nos jornais da época, havia uma nítida troca de idéias sobre a postura política dos praticantes de futebol. Se Lima Barreto criticava o esporte por ser da elite, Olavo Bilac, Coelho Neto (os dois jogavam) e mais o cronista João do Rio só tinham elogios para o esporte criado pelos ingleses. E assim, quanto mais a discussão se acirrava, mais o futebol se popularizava.
A essa altura, o Flamengo já tinha arquivado a camisa batizada de "Papagaio de Vintém". A nova camisa tinha listras horizontais de cinco centímetros em preto-e-vermelho com uma listra mais fina na cor branca. Esta camisa seria batizada de "Cobra Coral", um apelido que se tornaria verdadeiro grito de guerra.
Mas também não durou muito porque as suas cores e o seu desenho lembravam as cores da bandeira alemã do "kaiser" Guilherme II, mentor da Primeira Guerra Mundial em 1918. Como na época tudo que dizia respeito aos alemães e à Alemanha era nefasto aos brasileiros, a "Cobra Coral" saiu de cena rapidamente, sem deixar saudades nem vestígios.
A trajetória do Flamengo no futebol começou a ser vertiginosa e ganhadora a partir de 1915, quando o time principal foi bicampeão metropolitano e a equipe de aspirantes (segundo time) tricampeão de 1912-1913-1914. Na década de 20, quatro títulos: outro bicampeonato metropolitano em 1920-1921 e os títulos de 1925 e 1927. Nesse título de 27, um dos destaques foi o falecido treinador Flávio Costa, um lateral-direito muito vigoroso e raçudo. O Flamengo já não estava mais no terreno dos Guinle na Rua Paissandu, já que a família de tricolores havia pedido a devolução do imóvel em 1926.
Mas o Flamengo não ficou nem um ano sem local para treinar porque o então presidente Faustino Esposel conseguiu junto à Prefeitura do Distrito Federalk o terreno da Gávea que até hoje é ocupado pelo Clube. Naquela época, era 34.120m2. Com os aterros feitos ao redor da Lagoa, o terreno da sede da Gávea passou a ter 72.000m2. - metragem de hoje.
No terreno da Gávea, o então presidente José Bastos Padilha começou a construção do estádio. Isto em 1934. A inauguração aconteceria a 4 de setembro de 1938. Foi nesse novo estádio, batizado mais tarde de 'Estádio José Bastos Padilha", que o Flamengo conquistou o título de 1939 tendo na equipe craques do nível de Domingos da Guia, Leônidas da Silva e Zizinho. O primeiro tri, em 1942-43-44, também foi no novo estádio da Gávea.
Mas voltemos no tempo até 1927. Aquele título carioca serviu para comprovar a mística da camisa e do amor pelas cores Rubro-Negras. Eis a explicação: o Flamengo tinha se metido numa briga com a Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA) e foi suspenso por um ano. Os jogadores, temendo ficar sem jogar, se transferiram para outros clubes. Mas a força política do Flamengo, com o aval da massa de torcedores, pressionou de tal forma a AMEA que a entidade voltou atrás e cancelou a suspensão. Era preciso então arranjar um time para disputar o campeonato de 27. O time foi formado por veteranos como Píndaro, aquele zagueiro da primeira equipe Rubro-Negra de 1912 e bicampeão carioca de 1914-1915.
Aquele Flamengo formado às pressas e com vários veteranos chegou a perder de 9 a 2 para o Botafogo, mas ainda assim continuou a luta até a conquista do título carioca de 1927 em decisão com o arquirrival Vasco da Gama, o melhor time do campeonato. O Flamengo venceu por 3 a 0 no jogo do turno e 2 a 1 no returno, resultados que lembraram a final de 2000. Como em 2000, foi uma vitória incontestável e gloriosa. Naquele time jogava Flávio Costa, o "Alicate", que se tornaria um dos melhores técnicos do futebol brasileiro em todos os tempos.
A partir daquele ano de 1927 ninguém mais duvidava da força da torcida Rubro-Negra. O povo aprendeu a amar o Flamengo pela coragem, a garra, a dedicação e a fibra dos seus jogadores. A prova definitiva tinha sido, justamente, o campeonato daquele ano. O Flamengo era puro amor à camisa.
Chegou então o profissionalismo no futebol. O Flamengo custou a aderir à idéia com receio de que a mudança alterasse o comportamento de amor à camisa dos seus jogadores. O Fluminense, não. Aderiu logo ao profissionalismo e contratou praticamente toda a Seleção Paulista, que era um timaço. Os tricolores foram então tricampeões de 1936-37-38 e teriam sido tetra se o Flamengo não tivesse também formado um timaço para ganhar o título de 1939 com Yustrich no gol; Domingos da Guia e Nilton Canegal na zaga; Artigas, Volante e Médio (irmão de Domingos) na linha média; e o ataque com Sá, Valido, Leônidas da Silva, Alfredo Gonzalez e Jarbas.
O Rio de Janeiro tinha a cara alegre dos cariocas sempre que o Flamengo vencia ou conquistava títulos. Já era possível, naquele início da década de 40, identificar a torcida Rubro-Negra que elegeu alguns pontos da cidade como seu território próprio. O Café Rio Branco, na Rua Sete de Setembro, bem no coração da cidade, era um deles. Funcionários do jornal "A Noite", liderados por Pilar Drumond, fundariam o grupo "Flamengo de Verdade". Na garagem de barcos da Praia do Flamengo surgiria o "Grupo das Piranhas", cujos componentes estavam sempre dispostos a bater ou apanhar para defender as cores Rubro-Negras.
Um outro grupo de históricos Rubro-Negros fundou o "Dragão Negro". Nele pontificavam Ary Barroso, José Lins do Rego, José Alves de Moraes, Fadel Fadel, Francisco de Abreu, Moreira Bastos, Moreira Leite, José Maria Scassa, Emanuel Lobo e outros. A reunião deles acontecia na Confeitaria Colombo, a mais bonita do Rio de Janeiro, localizada na Rua Gonçalves Dias. A contratação do goleiro paraguaio Garcia foi definida numa das reuniões do "Dragão Negro" e coube a Ary Barroso a tarefa de ir buscá-lo em Assunção.
A avalanche da popularidade do Flamengo ganhou contornos inacreditáveis com Leônidas da Silva, após seu regresso da Copa do Mundo de 1938, na Itália, batizado de "Diamante Negro" e "Homem de Borracha" por ter inventado a 'bicicleta" no futebol. O show em campos da Itália consagrou Leônidas, que virou nome de chocolate e foi eleito o "Craque Mais Querido do Rio".
Nessa época, embalada pela fama do futebol e pela força do Flamengo, a água mineral Salutaris promoveu um concurso para saber quem era o "Clube Mais Querido do Rio". Os cupons para o torcedor votar saíam diariamente no Jornal do Brasil.
O Vasco, clube da colônia portuguesa que dominava as bancas de jornais e os jornaleiros, e que tinha boa parcela da sua fortuna entre os donos das casas de cereais e carnes da Rua do Acre, na Praça Mauá, reuniu sua torcida e garantiu que não perderia de jeito nenhum a disputa. Os vascaínos armaram um esquema quase infalível, mandando para a porta do Jornal do Brasil, ainda de madrugada, uma tropa de jornaleiros encarregada de comprar a maior parte das edições do jornal. A ordem era não dar chance aos Rubro-Negros de competir. Os cupons estavam sendo preenchidos pelos vascaínos e ninguém mais tinha dúvidas da vitória avassaladora do Vasco da Gama como o "Mais Querido do Rio".
Pura ilusão. Com ousadia e rara inteligência, os torcedores Rubro-Negros passaram-se por "patrícios lusitanos" e estragaram a festa. Foi assim: vestindo calça de zuarte listrada em preto e cinza, tamancos, camisa de meia com escudo do Vasco no peito, bigodes e boné de pano, os Rubro-Negros colocaram-se à porta do Jornal do Brasil, na Avenida Rio Branco, para "fazer o carreto" dos enormes sacos de pano contendo os cupons com votos para o Vasco da Gama. "Deixa comigo", diziam os rubro-negros, com sotaque e tudo, tomando para si o carregamento dos milhares e milhares de cupons.
Com os sacos nos ombros, os falsos "patrícios" sumiam por dentro do Jornal do Brasil e o destino daquele carregamento com os milhares de cupons era simples: os banheiros e o poço do elevador do JB.
Quando o resultado foi publicado no jornal, os verdadeiros vascaínos se assustaram. O Flamengo era o "Clube Mais Querido do Rio" e recebia uma taça de prata muito bonita e com mais de um metro de altura que ornamenta a vitrine de entrada da Galeria de Troféus da sede da Gávea.
Os verdadeiros "patrícios" reclamaram muito, mas não adiantou Mesmo constatando os banheiros e o poço do elevador entupidos por tanto papel, o Flamengo foi aclamado vencedor e seus torcedores já estavam comemorando como se tivesse ganho um título no futebol. Houve festa no trajeto que levou a Taça Salutaris em triunfo da sede do Jornal do Brasil, na Avenida Rio Branco, até o 22 da Praia do Flamengo, a "República da Paz e do Amor", a sede do "Mais Querido".
Essa popularidade Rubro-Negra só fez aumentar ao longo dos anos. Todos os clássicos cariocas com a presença do Flamengo passaram a ser os mais concorridos e com maior número de torcedores. O clássico Flamengo e Vasco foi batizado de "O Clássico dos Milhões". Tem o Flamengo a honra e o orgulho de quebrar todos os recordes de público no Maracanã numa partida entre clubes. No Fla-Flu de 1963, decidindo o título carioca ganho pelo Flamengo, estiveram no estádio mais de 177 mil torcedores.
Em outubro de 1996, numa pesquisa encomendada pelo Jornal do Brasil ao Instituto GERP junto à torcida do Rio de Janeiro, o Flamengo recebeu mais votos do que os outros três clubes - Vasco, Fluminense e Botafogo - juntos. Um massacre! À pergunta "Qual o seu time de coração no Rio de Janeiro", 54% dos torcedores consultados responderam "FLAMENGO". O Vasco recebeu 16%, Fluminense e Botafogo 14% e os outros clubes reunidos apenas 2%, enquanto 17% disseram que não torcem por nenhum time de futebol no Rio.
Na mesma pesquisa, a nível nacional, o Flamengo também foi o primeiro colocado recebendo a média de 26% dos torcedores de Norte a Sul, Leste a Oeste. Levando-se em conta que o Brasil tem uma população em torno de 157 milhões de pessoas, a "Nação Rubro-Negra" seria composta por 40 milhões de torcedores, ou seja, quase 13 vezes a população do Uruguai, três vezes e meia a população do Chile, quase uma vez e meia a população da Argentina, oito vezes a população dos países nórdicos (Suécia, Finlândia, Dinamarca e Noruega) e mais da metade da população da França. Fosse o Flamengo o time mais popular da China, que tem 1,2 bilhões de habitantes, a "Nação Rubro-Negra" chinesa seria composta por quase 312 milhões de pessoas.
Quando essa pesquisa foi feita, estava em andamento o Campeonato Brasileiro de 1996 e o Flamengo ocupava a 14ª colocação na tabela. Ainda assim, à pergunta "Qual o melhor time do Campeonato Brasileiro", o Flamengo recebeu 21% das preferências dos torcedores, ficando em segundo lugar um ponto percentual atrás do Palmeiras, que seria o campeão brasileiro de 96.
Em novembro de 1998, o IBOPE fez pesquisa para o Diário Esportivo Lance, do Rio, e confirmou tudo o que já se sabia no Rio de Janeiro e no Brasil. No Rio de Janeiro, são 5 milhões e 200 mil torcedores, enquanto Vasco, Fluminense e Botafogo somam, juntos, 4,4 milhões de torcedores.
O MAIOR CAMPEÃO DA ERA MARACANÃ
Desde que o Estádio do Maracanã foi inaugurado, em 1950, o Flamengo foi quem mais ganhou o título carioca: 17 vezes. Fluminense e Vasco vêm em segundo, com 13 títulos cada um. O Botafogo tem oito campeonatos, enquanto América e Bangu ganharam um título apenas cada.
Ao todo, o Flamengo tem 27 títulos cariocas, o mesmo número do Fluminense segundo a Federação Carioca de Futebol, que começou a contagem das decisões em 1906. Mas o Fluminense ganhou também em 1902 e 1904 e por isso na sua história são 28 títulos. O Vasco tem 21, o Botafogo 15, o América 7, o Bangu 2, São Cristóvão e Paissandu , um campeonato cada.
Na "Era Maracanã", o Flamengo foi pentacampeão brasileiro, campeão da Libertadores de América e daí arrancou para ser o único clube do futebol carioca a ostentar o cobiçado título de campeão mundial.
Na "Era Maracanã", o Flamengo ganhou 15 vezes a Taça Guanabara, sendo pentacampeão entre 1978 e 1982, com a geração maravilhosa comandada por Zico.
Nessa caminhada gloriosa, o Vasco foi pentavice!!!
De quebra, na "Era Maracanã" pertence ao Flamengo o maior artilheiro de todos os tempos do "Maior Estádio de Futebol do Mundo". O nome dele nem é preciso dizer, mas a gente diz: ZICO, que para desespero de muito atacante vicecampeão que vive por aí marcou 34 gols no campeonato carioca de 1979.
Ainda sobre Zico, e para que a Justiça ponha uma pá de cal sobre línguas ferinas e maledicentes, vale lembrar que ele, Zico, jogou como profissional por onze anos - entre 1971 e 1982 - e foi o artilheiro carioca por seis campeonatos. Foram 157 gols em seis artilharias, com média de 26,1 gols por campeonato.
Um detalhe que não pode ser desprezado: Zico era meia de ligação, o chamado "terceiro homem", que vinha de trás para dar passes e também concluir. Basta dizer que, ao lado dele, Doval foi o artilheiro em 1972, Dario "Peito de Aço", em 73, e Cláudio Adão em 1978.
Pode parecer perseguição aos nossos adversários, mas também pertence ao Flamengo o maior artilheiro de todos os tempos nos campeonatos cariocas disputados desde 1906. O nome dele é Silvio Pirilo, que marcou 39 gols no campeonato de 1941.
OUTROS ESPORTES; MUITOS CRAQUES
O REMO O Flamengo, que surgiu do remo em 1895, tem sua trajetória marcada pela figura de um baiano do interior, Guilherme Augusto do Eirado Silva, o Buck, que foi remador campeão e que em 1963 assumiu o cargo de técnico. O Flamengo não conquistava um campeonato há 20 anos. Com Buck no comando, o Flamengo ganhou 30 dos 33 títulos cariocas que disputou (perdeu em 64 para o Botafogo e em 70 e 82 para o Vasco).
Em outubro de 1996, aos 69 anos,um enfarte fulminante tirou do convívio dos Rubro-Negros e do remo brasileiro o seu maior treinador em todos os tempos. Buck foi técnico da Seleção Brasileira a partir de 63, tendo dirigido a equipe em 10 Pan-Americanos, 17 mundiais e 7 Olimpíadas. Não é exagero dizer que Buck foi o pai, o dono e o inventor do remo brasileiro nos 33 anos em que acordou às 4 horas da manhã para entrar na Lagoa Rodrigo de Freitas para dirigir os remadores do seu Flamengo e da Seleção Brasileira.
Sob o comando de Buck o Flamengo foi campeão 13 vezes consecutivas, entre 1982 e 1995, este um título do qual não abria mão porque era o título do Centenário do Flamengo.
O BASQUETE Sob o comando de outra "fera" Rubro-Negra, o Flamengo fez história no basquete masculino. Togo Renan Soares, o Kanela, foi o técnico do decacampeonato carioca do Flamengo. Aquela equipe tinha em quadra Zennyr de Azevedo, o Algodão, craque também da Seleção Brasileira. Aquele time que foi dez anos seguidos campeão jogou 195 partidas e ganhou 189. Um fenômeno. Hoje, o basquete do Flamengo tem o comando de Oscar Schmidt, o maior jogador brasileiro de todos os tempos, o único jogador não americano a figurar entre os 12 melhores do mundo na equipe de basquete do século vinte. A pesquisa foi feita nos Estados Unidos.
No dia 27 de outubro de 2001, aos 40 segundos do segundo quarto do Fla-Flu pelo Campeonato Estadual, no Maracanãzinho, Oscar bateu o recorde mundial de cestas e superou o americano Kareem Al-Jabbar. Oscar chegou aos 46.727 pontos contra 46.725 do craque da NBA. Ainda no primeiro quarto, ao cobrar falta em dois lances, Oscar já havia se igualado a Al-Jabbar. No final da partida histórica, vitória do Flamengo nos últimos segundos por 108 a 106 com uma cesta de dois pontos do pivô Olívia. Oscar terminou o jogo com apenas 21 pontos, uma pontuação ruim para quem se acostumou a ver o "Mão Santa" marcar quase 50 num jogo.
Aos 43 anos de idade, Oscar está em contagem regressiva para encerrar a carreira logo após o Campeonato Brasileiro de 2002.
A NATAÇÃO O Flamengo teve grandes nadadores e grandes campeões. Tudo começou com Piedade Coutinho, a primeira nadadora brasileira a participar de uma final olímpica - a Olimpíada de 1936, em pleno nazismo de Hitler. Piedade Coutinho terminou em sexto lugar nos 100m nado livre.
O Flamengo formou ainda campeões do naipe de Patrícia Amorim e do falecido Rômulo Arantes, este medalha de bronze mundial. Patrícia Amorim nadou 17 anos pelo Flamengo. Foi heptacampeã brasileira e quebrou 29 recordes sul-americanos sucessivamente, 85 recordes brasileiros e 180 recordes estaduais. Um fenômeno como Maria Elisa Guimarães. Atualmente, Fernando Sherer, o XUXA, é a maior atração da natação do Flamengo, um grande campeão em provas curtas.
O FLAMENGO NA CÂMARA FEDERAL Uma pesquisa feita pela "Folha de S.Paulo", em dezembro de 1995, um mês depois de o Clube de Regatas do Flamengo chegar ao centenário, revelou, claramente, que o Mengão domina a política nacional de Norte a Sul, de Leste a Oeste do Brasil. Na edição de Domingo, 24 de dezembro de 1995, a "Folha" informou que dos 513 deputados federais, 50 disseram não gostar de futebol nem torcer por qualquer clube brasileiro. Dos 495 deputados restantes, 93 responderam que torcem pelo Flamengo, ou seja, 18,12% da Câmara Federal. O Corinthians ficou em segundo lugar, com 61 deputados. Aliás, o Corinthians é a segunda equipe na preferência da torcida brasileira, mas com quase oito pontos percentuais abaixo do Flamengo.
Naquela mesma pesquisa de dezembro de 96 feita pela "Folha", o Vasco, que no Brasil vem em quinto lugar geral, atrás de Flamengo, Corinthians, São Paulo e Palmeiras, pode se orgulhar de na Câmara ser o terceiro preferido com uma votação expressiva: tem a metade da torcida do Flamengo!!!
Passados quatro anos e nove meses, uma pesquisa pessoal realizada pelo deputado Dino Fernandes, do Rio de Janeiro, revelou números bem mais significativos: há 162 deputados federais que torcem pelo Flamengo, ou seja, 31,58% da Câmara, o que representa quase um-terço da representação política brasileira.
Tivéssemos nós que transformar esses percentuais em números absolutos, levando-se em conta que o último Censo do IBGE, de 1996, nos remetia a uma população de 170 milhões de brasileiros (números redondos), só o Flamengo teria uma torcida calculada em 42 milhões. Isto quer dizer que o Flamengo teria quase toda a população da França (que é de 56 milhões), mais do que a Colômbia (que está em torno de 42 milhões), uma vez e meia a população da Argentina, 15 vezes a população do Uruguai, quase dez vezes a população dos países nórdicos - Suécia, Finlândia, Dinamarca e Noruega. Se a representação da nossa Câmara Federal fosse na China de 1 bilhão e 300 milhões de habitantes, o Flamengo teria uma torcida em potencial calculada em 370 milhões de pessoas, ou seja, mais do que o dobro da população brasileira do censo de 1996.
O torcedor do Flamengo é maioria nacional em todas as faixas etárias, todos os credos, sexo, cor e poder aquisitivo. Uma verdadeira "Nação" democrática.
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