quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

musica


Quando e Como Nasceu a Música..?

Como as primeiras manifestações musicais não deixaram vestígios, é práticamente impossível responder. Alguns estudiosos nem tentam; outros enfrentam o problema com base naquilo que se sabe sobre a vida humana na Pré-história e preenchem as lacunas com certa dose de imaginação. Mas nenhuma hipótese diz com exatidão o momento em que os primitivos começaram a fazer arte com os sons.
Ao que parece, o homem das cavernas dava à sua música um sentido religioso, considerava-a um presente dos deuses e atribuía-lhe funções mágicas. Associada à dança, ela assumia um caráter de ritual, pelo qual as tribos reverenciavam o desconhecido, agradecendo-lhe a abundância da caça, a fertilidade da terra e dos homens. Com o ritmo criado - batendo as mãos e os pés -, eles procuravam também celebrar factos como por exemplo, vitórias na guerra e descobertas surpreendentes. Mais tarde, em vez de usar só as mãos e os pés, passaram a ritmar suas danças com pancadas na madeira, primeiro simples e depois trabalhadas para soarem de formas diferentes. Surgia assim, o instrumento de percussão.
Os barulhos da natureza deviam fascinar o homem desses tempos, dando-lhe vontade de imitar o sôpro do vento, o ruído das águas, o canto dos pássaros. Mas para isto, o ritmo não bastava, e o artesanato ainda não permitia a invenção de instrumentos melódicos, de modo que estranhos sons tirados da garganta devem ter constituído uma forma rudimentar de canto que juntamente com o ritmo, resultou na mistura de palmas e roncos, pulos e uivos, batidas e berros. Era o que estava ao alcance do homem primitivo e terá sido um estilo que resistiu a séculos.
Contudo, segundo os actuais conceitos da música, essas tentativas de expressão foram demasiadamente pobres para se enquadrarem na categoria de arte musical. Mas do ponto de vista histórico, estas tentativas tiveram uma importância enorme, porque a sua rítmica elementar acompanhou o homem à medida que este se espalhava sobre a Terra, formando culturas e civilizações, e evoluiu com ele, reflectindo todas as transformações que a humanidade viveu até chegar à Música, que podemos ouvir hoje nos nossos rádios, aparelhagens de som, e até mesmo em concertos ao vivo...

como surgiu a vida pela primeira vez?



 No final do século XIX vários cientistas alemães, nomeadamente Liebig, Richter e Helmholtz, tentaram explicar o aparecimento da Vida na Terra com a hipótese de que esta tivesse sido trazida de outro ponto do Universo sob a forma de esporos resistentes, nos meteoritos – teoria Cosmozóica. A presença de matéria orgânica em meteoritos encontrados na Terra tem sido usada como argumento a favor desta teoria, o que não invalida a possibilidade de contaminação terrestre, após a queda do meteorito.
Atualmente já foi comprovada a existência de moléculas orgânicas no espaço, como o formaldeído, álcool etílico e alguns aminoácidos. No entanto, estas moléculas parecem formar-se espontaneamente, sem intervenção biológica.
O físico sueco Arrhenius propôs uma teoria semelhante, segundo a qual a Vida se teria originado em esporos impelidos por energia luminosa, vindos numa “onda” do espaço exterior. Chamou a esta teoriaPanspermia (sementes por todo o lado). Atualmente estas idéias caíram em descrédito, pois é difícil aceitar que qualquer esporo resista á radiação do espaço, ao aquecimento da entrada na atmosfera, etc.
Apesar disso, na década de 80 deste século, Crick (um dos descobridores da estrutura do DNA) e Orgel sugeriram uma teoria de Panspermia dirigida, em que o agente inicial da Vida na Terra passaria a ser colônias de microrganismos, transportadas numa nave espacial não tripulada, lançada por uma qualquer civilização muito avançada. A Vida na Terra teria surgido a partir da multiplicação desses organismos no oceano primitivo.
Apesar de toda a boa vontade envolvida, nenhuma destas teorias avança verdadeiramente no esclarecimento do problema pois apenas desloca a questão para outro local, não respondendo à questão fundamental: Como surgiu a vida?

No entanto, um avanço fundamental ocorreu com o as teorias de Pasteur e de Darwin, permitindo abordar o problema sob uma perspectiva diferente. 
Dados obtidos a partir de diversos campos da ciência permitiram em 1936 que o russo Alexander Oparin formula-se uma teoria revolucionária, que tentava explicar a origem da Vida na Terra, sem recorrer a fenômenos sobrenaturais ou extraterrestres. Sua hipótese se resume nos seguintes fatos:



  • Na atmosfera primitiva do nosso planeta, existiriam metano, amônia, hidrogênio e vapor de água. Sob altas temperaturas, em presença de centelhas elétricas e raios ultravioletas, tais gases teriam se combinado, originando aminoácidos, que ficavam flutuando na atmosfera. Com a saturação de umidade da atmosfera, começaram a ocorrer as chuvas. Os aminoácidos eram arrastados para o solo.Submetidos a aquecimento prolongado, os aminoácidos combinavam-se uns com os outros, formando proteínas.
  • As chuvas lavavam as rochas e conduziam as proteínas para os mares. Surgia uma "sopa de proteínas" nas águas mornas dos mares primitivos. As proteínas dissolvidas em água formavam colóides. Os colóides se interpenetravam e originavam os coacervados. Os coacervados englobavam moléculas de nucleoproteínas. Depois, organizavam-se em gotículas delimitadas por membrana lipoprotéica. Surgiam as primeiras células. Essas células pioneiras eram muito simples e ainda não dispunham de um equipamento enzimático capaz de realizar a fotossíntese. Eram, portanto, heterótrofas. Só mais tarde, surgiram as células autótrofas, mais evoluídas. E isso permitiu o aparecimento dos seres de respiração aeróbia.
  • Atualmente, se discute a composição química da atmosfera primitiva do nosso planeta, preferindo alguns admitir que, em vez de metano, amônia, hidrogênio e vapor de água, existissem monóxido de carbono, dióxido de carbono, nitrogênio molecular e vapor de água.
Oparin não teve condições de provar sua hipótese. Mas, em 1953, Stanley Miller, na Universidade de Chicago, realizou em laboratório uma experiência. Colocou num balão de vidro: metano, amônia, hidrogênio e vapor de água. Submeteu-os a aquecimento prolongado. Uma centelha elétrica de alta tensão cortava continuamente o ambiente onde estavam contidos os gases. Ao fim de certo tempo, Miller comprovou o aparecimento de moléculas de aminoácido no interior do balão, que se acumulavam no tubo em U.
Pouco tempo depois, em 1957, Sidney Fox submeteu uma mistura de aminoácidos secos a aquecimento prolongado e demonstrou que eles reagiam entre si, formando cadeias peptídicas, com o aparecimento de moléculas protéicas pequenas.
As experiências de Miller e Fox comprovaram a veracidade da hipótese de Oparin.

educação fisica





História da Educação Física
Tudo começou quando o homem primitivo sentiu a necessidade de lutar, fugir ou caçar para sobreviver. Assim o homem à luz da ciência executa os seus movimentos corporais mais básicos e naturais desde que se colocou de pé: corre, salta, arremessa, trepa, empurra, puxa e etc.
A prática de actividades físico-desportivas foi  e continua a ser uma das constantes do comportamento humano. A manifestação cultural da actividade física produziu-se de formas diferentes, em função das necessidades sociais e dos objectivos estabelecidos em cada período histórico e civilização: assim, tem sido vista como actividade utilitária que possibilita a sobrevivência; como preparação para a guerra; como meio de invocação religiosa; como jogo ou actividade recreativa e de ócio; como método de educação física para a saúde; ou então como desporto espectáculo e de competição. Hoje em dia, para poder entender o conceito de educação física é conveniente conhecer a influência que as distintas civilizações exerceram sobre ela ao longo dos séculos. Dependendo do seu objectivo, cada cultura estabeleceu um modelo de educação física diferenciado, que em muitas ocasiões ainda perdura.

 

 

O valor da educação física na Grécia antiga






Os gregos da Antiguidade conferiram ao exercício físico um papel de grande destaque nos vários âmbitos da vida social, como a educação, na qual a actividade física se complementava com a aquisição de conhecimentos, e a celebração das festas, nas quais os jogos atléticos
helénicos - fundamentalmene os Jogos Olímpicos tiveram especial transcendência. Tanto através da leitura dos grandes clássicos da poesia e da filosofia (Homero, Píndaro, Platão, Aristóteles, etc.) como através dos achados arqueológicos é possível perceber a importância que tiveram a educação física e a prática do desporto numa das grandes civilizações do Mundo Antigo.
A Ilíada, a primeira obra-prima da literatura grega, e a Odisseia (ambas compostas por Homero provavelmente cerca do ano 800 a. C.) contêm inúmeras referências desportivas, como, por exemplo, a realização de jogos fúnebres em honra de personagens ilustres. É muito provável que exista uma relação entre as duas grandes obras homéricas e os Jogos Olímpicos, já que nas suas páginas aparecem quase todas as categorias olímpicas: corridas de carros (as designadas bigas), corridas.. salto, lançamentos do disco e do dardo, luta e pugilato; também existe uma intenção educativa, ao visar a honra e a perfeição ou, em suma, o areté, o ideal humano da virtude.
Quanto ao poeta Píndaro (518-438 a. C.), a sua mensagem educativa baseia-se no engrandecimento do vencedor desportivo, o qual é tomado como exemplo da perfeição; daí que as suas Odes triunfais (Olímpicas, Píticas, Nemeias e istimicas) sejam dedicadas precisamente ) aos vencedores dos vários Jogos.

Exercício Físico para os grandes filósofos

Por outro lado, Platão (427-347 a. C.), que tinha sido um lutador notável, deu grande importância ao desporto na educação dos jovens helenos. Na sua obra 1República defende que a música e a ginástica harmoniosa e simples - por esta ordem - são as duas disciplinas educativas que devem combinar-se para alcançar a perfeição da alma. Desta forma é visível formar jovens equilibrados, que não serão nem brandos nem brutos. Neste caso, trata-se de uma ginástica com objectivos filosóficos e, como tal, oposta ao culto do corpo (aspecto este criticado pelo filósofo de Atenas). O objectivo é impelir a alma para o bem através de um conceito estético e higiénico.
 Aristóteles (384-322a. C.) considerava como disciplinas educativas a escrita, a leitura, a ginástica, a música e, por vezes, o desenho. Acreditava que a ginástica era útil porque fomentava o valor, pela sua vertente competitiva, melhorava a saúde (ideia que o afastava do seu mestre Platão ) e aumentava a força, protótipo das qualidades físicas. É curioso constatar como o grande filósofo de Estagira já alertava na sua época contra o perigo da especialização precoce e da busca prematura de campeões a qualquer preço (um tema tão em voga actualmente). Segundo ele, as crianças não deviam realizar treinos duros antes da puberdade, nem nos três anos seguintes, uma vez que isso prejudicava o seu desenvolvimento biológico; e lembrava que eram muito poucos os desportistas que, tendo sido destacados na idade juvenil, conseguiram ser depois campeões olímpicos.
Pelo contrário, os Espartanos (Lacedemónios ou Lacónios) eram a favor de submeter as crianças a intensivos treinos.







Esparta versus Atenas: dois Conceitos de Educação Física


A Educação Física desempenhava um papel fundamental no sistema educativo grego, pois fazia parte do ansiado equilí- harmónico entre as aptidões físicas e intelectuais. No entanto, convém estabelecer uma distinção entre dois conceitos opostos da educação física: a arcaico-aristocrática de Esparta e a clássico-democrática de Atenas.
A mentalidade espartana, fundamentalmente guerreira, orientava a educação física das crianças para o combate. Assim desde muito pequenos, tanto meninos como meninas recebiam em Esparta uma dura preparação física, na qual até se utilizava a crueldade. Já aos 7 anos de idade eram separados dos seus pais e passavam a depender exclusivamente do Estado. Só as crianças de compleição forte eram consideradas dignas de receber educação; as débeis eram excluídas ou mesmo assassinadas. Os jovens exercitavam-se fora da cidade, no dromos (Iugar para correr), ou, dentro dos seus limites, na palestra (recinto para a luta). Esparta foi a grande dominadora nas primeiras edições dos Jogos Olímpicos (sendo os velocistas especialmente admirados), mas com o passar do tempo a participação foi diminuindo, já que práticamente o seu único interesse radicava em preparar-se para a guerra.

Pelo contrário, em Atenas, o conceito aducação física era muito diferente.Desde os 14 anos, os rapazes exercitavam-se num recinto privado, a citada palestra, onde, sob os sábios conselhos do pedótriba, praticavam salto, disco, dardo, solos (espécie de lançamento de peso),acrobacias, danças, etc.; inclusivé existia uma teoria do treino, na qual se aplicavam os princípios da especificidade e individualização. Não são poucos os exercícios praticados naquela época que coicidem ainda com os da educação fisica escolar actual. Também existiam diversos sistemas de treino, cada vez mais especializados, bem como uma parte destinada ao aquecimento no início de cada sessão.




O pedótriba dirigia a instrução na palestra e era ajudado pelos alunos mais velhos. Utilizava sistemas de ensino autoritários baseados no «certo-errado». Cumpridos os 18 anos, o jovem passava para o colégio dos efebos e, a partir de então, o Estado encarregava-se da sua educação. Após a sua passagem pela palestra, os jovens atenienses dirigiam-se aos ginásios, que viveram uma época de esplendor a partir do século IV a. C.
O ambiente dos ginásios culturalmente não podia ser melhor: eram utilizados para a preparação física dos efebos e dos atletas, exibiam obras dos melhores artistas (que tinham como modelos os próprios atletas) e reuniam os filósofos, que precisamente ali ensinavam as suas doutrinas (como Platão na Academia e Aristóteles no Liceu, dois dos principais ginásios atenienses). O ginasiarca encarregava-se de dirigir o ginásio, e o ginaste, treinador, ensinava os exercícios físicos. Este último tinha também uma formação completa em medicina, fisiologia e dietética.






O papel complementar dos jogos tradicionais



Além do desporto e da educação física; os Gregos desfrutavam também dos jogos, não incluídos nos festivais de atletismo, que serviam para ocupar as horas de descanso e de ócio. Entre eles encontram-se inúmeros jogos tradicionais que, de uma forma ou de outra, perduraram até aos nossos dias; por exemplo: berlinde, aro, pião, macaca, balouço, tabas, saltar ao eixo, andar «a cavalo" com o colega, o ioiô, jogos de azar com dados, jogos de bola, etc. A progressiva decadência da educação física na Grécia antiga surgiu a partir da crescente influência exercida pelos filósofos sofistas, que se centravam exclusivamente na educação intelectual, em detrimento da cultura física.

Decadência da educação física em Roma
Em Roma, tanto na época republicana como na imperial, quebrou-se o conceito integral da educação física, que se limitou a uma ginástica higiénica e de saúde em termas e palestras. A preparação física só fazia parte da instrução dos soldados a partir dos 14 anos. Cultivava-se o pragmatismo e desejava-se a beleza, a técnica e o prazer desportivo. Ao contrário do que tinha sucedido na Grécia, no mundo romano primava o jovem como espectador dos grandes espectáculos do circo (Iudi) e do anfiteatro (munera),cada vez mais populares e numerosos. Desvinculados do carácter religioso que tiveram na civilização helénica, estes espectáculos adquiriram uma função política, sobretudo sob o Império. De facto, já no ano 105 a. C., durante a República, o Senado instituiu oficialmente o combate de gladiadores como espectáculo nacional. No cenário do anfiteatro os gladiadores profissionais enfrentavam-se entre si (mirmilões, reciários, trácios, samnitas), ou então contra as feras, embora também houvesse lutas entre animais. Tudo isto com uma crueldade extrema e com um final que normalmente significaria a morte de um dos combatentes. Existiam escolas de treino de gladiadores, que frequentemente eram presos ou escravos, mas também homens livres em busca de fama. Estas lutas terminaram no século IV d. C. com o Edicto de Milão. Entre o público romano, também tiveram grande continuidade as corridas de carros (sobretudo, as quadrigas, puxadas por quatro cavalos e conduzidas pelos aurigas) que se realizavam nos circos (como o Máximo, cuja etapa de esplendor se situa entre os séculos I a. C. e I d. C.), num percurso aproximado de quatro quilómetros.


Idade Média: a crise do exercício físico

Uma vez desaparecida a ginástica higiénica, o único vislumbre de preparação física intensa durante o período medieval foi a levada a cabo pelo cavaleiro feudal, orientada para a guerra, torneios e justas. A crise que a educação física atravessou durante o longo período que vai do século VI ao século XIV deveu-se fundamentalmente ao espiritualismo imposto pela Igreja, que procurava prioritariamente a saúde (ou salvação) da alma, condenava o orgulho da vida terrena e menosprezava toda a actividade físico-desportiva. O facto de o cristianismo associar, em geral, a barbárie dos espectáculos romanos, onde os crentes tinham sido objecto de inúmeros sacrifícios sob o Império Romano, à actividade física de carácter lúdico influenciou de forma negativa a imagem do desporto. Assim, o atletismo, por exemplo, que tinha sido a base da educação física na Grécia antiga, praticamente desapareceu na Idade Média.
Por isso, como expoente quase único da educação física pode citar-se o treino que os jovens recebiam para se tornarem cavaleiros, depois de passarem, desde crianças, pelas categorias de pajem e escudeiro. Na sua preparação aprendiam esgrima, equitação, tiro, luta, natação e outras habilidades físicas. A concreção dos ideais de cavalaria tinha como marco as justas (confrontos entre dois cavaleiros) e torneios (verdadeiras batalhas que dois grupos de cavaleiros enfrentavam). Também adquiriram grande importância os jogos de bola, sobretudo a palma e a sou/e.
A actividade física na  América pré-colombiana
Nas culturas mesoamericanas pré-colombianas (olmecas, maias, astecas, etc.), os jogos de bola, com as suas distintas va- riantes, adquiriram uma grande importância social e, inclusivé, faziam parte das cerimónias rituais mais vastas. Tanto os restos arqueológicos como as fontes escritas certificam a existência de jogos nos quais se golpeava a bola de diversas formas e, nalguns casos, devia-se fazê-Ia passar por um orifício feito no centro de uma pedra grande. Existem restos de inúmeras canchas(campos destinados a jogos), como na cidade de Chichén-ltzá ou na península do Yucatán (Maias) e em Tenochtitlan, a grande cidade dos As- tecas, fundada no vale do México no ano

de 1325. Também as mulheres participavam nos jogos de bola. Dada a importância destes jogos e a grande habilidade que
os jogadores demonstravam, supõe-se que existiu uma preparação ou ensino desde a idade juvenil.
Renascimento e Humanismo
Após a Idade Média, o interesse que despertou a cultura clássica fez com que a educação física voltasse a ser apreciada no Renascimento e, sobretudo, pelo humanismo, a partir do século XVI. Influenciado por Petrarca e Rabelais, o médico humanista Jeronimus Mercurialis publicou em 1569 Arte Ginástica, obra na qual recuperou a teoria da ginástica greco-romana, sobretudo no sentido do exercício físico para a saúde. A actividade física orientou-se basicamente para a vertente higiénica, em detrimento da formação de atletas (aspecto que não se recuperaria até finais do século XIX). Baltasar de Castiglione, na sua obra O Cortesão, traçou a imagem do perfeito cavalheiro renas- centista, incluindo inúmeras referências à educação física, que estava incluída no conceito de educação integral e servia para a expressão da personalidade do indivíduo.



Bases da educação física moderna




A partir do século XVIII, o Século das Lu zes, apareceram inúmeros filósofos, pedagogos e pensadores que fixaram as bases da educação física moderna e influenciaram as escolas e sistemas posteriores. Assim, Jean Jacques Rousseau (1712-1778), influenciado por John Loc- ke, é o precursor da pedagogia contemporânea. Na sua obra Emílio expôs as suas teorias, baseadas na educação da criança em contacto com a natureza, espontânea e autodidacta. A educação física adquiriu grande relevância através de um método de aprendizagem indutivo («quanto mais fosse a actividade física, maior seria a aprendizagem»); também prestou grande atenção à psicologia evolutiva e ao respeito pelas leis naturais de desenvolvimento da criança, princípios muito valorizados actualmente. Segundo Rousseau, a criança, até aos 12 anos, devia realizar exercícios de educação sensorial: equilíbrios, habilidades manuais, orientação, etc. Este grande pensador de origem suíça influenciou decisivamente uma série de filósofos e pedagogos, tanto contemporâneos como posteriores, entre os quais cabe destacar Bassedow, Kant, Pestalozzi e Amorós.
Bassedow (1723-1790) foi um destaca- do representante da pedagogia da ilustração e do racionalismo e precursor da educação física alemã, devido às suas influências sobre Muths e Jahn. Defendeu a importância da educação física e levou as suas teorias à prática na Escola Philantropinum (criada em1774), primeira escola na Alemanha onde os exercícios físicos fizeram parte do programa escolar. A sua didáctica estabeleceu a progressão do simples ao complexo e do parcial ao total.
O filósofo Immanuel Kant (1724-1804) dividiu a educação em física e prática. Mas o seu conceito da primeira incluía não só o desenvolvimento das qualidades físicas, como também componentes psíquicos, o desenvolvimento da inteligência, da memória, do carácter, da atenção, etc. O seu rigor pedagógico favoreceu o jogo com finalidade educativa, para fortalecer a criança e educar os seus sentidos.
O suíço Giovanni E. Pestalozzi (1746- 1827), autor de inúmeras obras, matizou muitas ideias de Rousseau. Defendia a figura do mestre e a educação da criança na família e na sociedade (sem isolá-Ia na natureza, como aquele propunha). Visto que procurava o desenvolvimento harmónico dos diferentes âmbitos do ser humano, concedeu muita importância à educação física (duas horas por dia), tanto à natural e instintiva como à planificada e sistemática, ginástica elementar dada pelo educador. O cuidado da higiene, os passeios nas horas das aulas, os jogos desportivos e a atenção às necessidades de cada criança também fazem parte das suas teorias. É o precursor da ginástica analítica.
Francisco de Paula Amorós y Ondeano, marquês de Sotelo (1770-1848), instruído e afrancesado, foi um dos precursores da educação física em Espanha, ao criar e dirigir o Instituto Pestalozziano de Madrid; perseguido durante a repressão o absolutista que teve lugar após a Guerra Peninsular, teve de exilar-se em França. Em Paris dirigiu o Ginásio Normal Militar, instituição a partir da qual difundiu as suas teorias inclusivé no âmbito cívil. Influenciado pelas ideias de Rousseau, Muths e dos círculos militares, estabeleceu um programa de educação física militarista, pouco pedagógico e de difícil execução, com inúmeros exercícios acrobáticos. Os seus objecti- vos eram a saúde, o prolongamento da vida, o aperfeiçoamento das faculdades físicas, a melhoria da espécie e virtudes raciais, e concedeu muita importância à concorrência de todos os sentidos.


A escola alemã






Na escola de ginástica alemã' destaca-se a figura de Guts Muths (1759-1839). Muths desenvolveu um método sistemático de educação física, reunido na sua obra A Ginástica da Juventude. Dividiu o seu sistema de exercícios em fundamentos de força (saltos, corridas, luta), de agilidade (natação, lançamentos, escalada, balanços, equilíbrio) e para a harmonia (dança, marcha, ginástica). Os seus objectivos didácticos eram conseguir uma educação integral. O jogo devia ser planificado, com objectivos lógicos. Nas suas teorias primavam o individualismo, a falta de livre iniciativa do aluno, a competitividade, a obsessão pelas marcas e pelos resultados. Muths influenciou o desporto moderno e a exaltação de sentimentos patrióticos através do exercício físico.
Seguindo os passos de Johann G. Fichte. pai do idealismo alemão, Fried- rich Jahn (1778-1852) manteve umas fortes
convicções nacionalistas que o levaram a desenvolver, entre 1811 e 1819, o seu sistema de ginástica. Entendia que a ginástica, os exercícios, os jogos e as competições deviam servir para devolver a força e o vigor da alma, e isso era o que, segundo o seu ponto de vista, o povo germânico necessitava. O seu sistema, o Turnkunst, reunido na sua Cultura Ginástica Alemã (1816), incluía jogos violentos, corridas, saltos, luta, barra fixa, paralelas, o primeiro salto de cavalo, etc. Professor de educação física em Berlim, Jahn foi um revolucionário que originou forte polémica na sua época, e cujas ideias o levaram mesmo à prisão. A evolução do seu sistema conduziu-o à ginástica desportiva.


Os sistemas analíticos: a ginástica sueca
O sistema de ginástica sueca teve gran-de repercussão em todo o mundo até à segunda metade do século xx, tanto na educação física escolar como na formação de carácter militar. O seu criador foi P. E. Ling (1776-1839), que, ao contrário de Jahn, ficou bem visto pelos círculos de poder. Homem de vasta cultura, Ling idealizou uma ginástica com objectivos higiénicos e médicos, de saúde e reabilitação, e em 1813 fundou o Real Instituto Central de Ginástica de Estocolmo, onde aplicou as suas teorias.
O sistema sueco baseia-se num trabalho analítico, bastante rígido, com um desenvolvimento harmónico de todo o corpo, exercícios simétricos moderados e de fácil compreensão, realizados com uma dificuldade progressiva e, de preferência, sem aparelhos, em pé e obedecendo a uma voz, embora também existam alguns exercícios com aparelhos simples: cambalhotas, suspensões, equilíbrios, etc. Tudo isso se apoiava no estudo de base biológica das formas e efeitos dos exercícios; trata-se de uma ginástica "para todos os públicos». Hjalmar Ling (1820-1866) foi o seguidor e sistematizador das ideias do seu pai e centrou-se no âmbito infantil. Seguindo critérios fisiológicos, a aula de ginástica dividia-se em aquecimento, parte fundamental e relaxamento. Esta divisão utiliza-se ainda hoje, se bem que também se fale em parte inicial, principal e final.
A ginástica neo-sueca (Thulin, Falk, Bjôrkesten) surgiu durante a década de 40 como reacção ao estatismo proposto pela ginástica idealizada por Ling. Esta nova modalidade utilizava o ritmo na execução de diversos exercícios que se podem ligar e incluem balanços e acrobacias. Posteriormente acrescentou-se também a expressividade e eliminou-se a vertente de formação militar.
Os sistemas naturais
A partir dos princípios expostos por Rousseau, Pestalozzi, Amorós, Muths e Demeny, ao longo dos séculos XIX e XX desenvolveram-se diversos sistemas naturais, de entre os quais se distinguem fundamentalmente dois: o método natural de George Hebert (1875-1956) e a ginástica natural escolar austríaca. O primeiro desenvolveu-se em França, em contraposição à ginástica analítica sueca. Foi apresentado em Paris em 1913 e tinha como objectivo o desenvolvimento físico integral mediante actividades naturais do ser humano: marcha, corrida, salto, lançamento, quadrupedia, cambalhota, pesos, equilíbrio, luta, natação, dança, etc. Essas actividades realizavam-se ao ar livre, procurando incidir no desenvolvimento cardiovascular e pulmonar. Estes sistemas partem de uma concepção integral do indivíduo e apresentam um forte carácter pedagógico.
No início do século XX, Margarette Streicher e Karl Gaulhofer idealizaram a ginástica escolar austríaca, na qual recolheram distintos aspectos das escolas surgidas anteriormente: assim, por exemplo, do sistema de Jahn, os aparelhos; da ginástica sueca, o aspecto postural e higiénico; do método natural de Hebert, as actividades naturais; de Dalcroze, o valor do ritmo; e dos incipientes desportos que começavam a proliferar na Grã-Bretanha, o seu aspecto lúdico. O resultado consistiu em sessões de educação física muito completas, de quase 50 minutos, que incluíam uma fase de animação, outra de trabalho postural, para continuar com jogos, desportos, danças, acrobacias, e fi- nalizar com exercícios de relaxamento. Streicher e Gaulhofer relacionaram os exercícios físicos, como agentes educativos, com as necessidades globais da criança. O método natural escolar austríaco foi actualizado durante a década de 70 por Gerard Schmidt, que respeitou a forma natural de as crianças Se expressarem através do jogo e se interessou pelo seu próprio desenvolvimento evolutivo; incidiu sobre um trabalho multilateral, contrário à especialização, e defendeu o ecologismo na educação física.
O movimento desportivo
Com Thomas Arnold (1795-1842) produziu-se uma autêntica revolução na Grã-Bretanha que logo se estendeu por todo o mundo ao introduzir o desporto nos centros educativos; juntaram-se os valores positivos e formativos do desporto, estabelecendo-se uma estreita relação entre o professor e o aluno. O auge desportivo do século XIX, propiciado também pela iniciativa de Pierre de Coubertin (1863-1937), que restaurou os Jogos Olímpicos e defendeu a prática desportiva na escola, e a sua decisiva importância na sociedade do século XX consolidaram o desporto como um bloco fundamental dos conteúdos da educação física.
Os sistemas rítmicos: da dança à aeróbica
Os precursores dos sistemas rítmicos foram Jean Georges Noverre (século XVIII) e François Delsarte (século XIX), e o seu expoente máximo, já no século XX, Jacobo Dalcroze (1885-1950), que aplicou a música à educação física e estudou o ritmo corporal. Também trabalhou a preparação física, a correcção da postura, o desenvolvimento da imaginação, espon- taneidade, etc. A evolução deste sistema levou à ginástica rítmica desportiva.
Dentro dos sistemas rítmicos também se devem citar a ginástica expressiva de Isadora Duncan, a ginástica moderna de Rudolf Bode e a aplicação desta no campo masculino por parte do argentino Alberto Dallo. Os novos sistemas rítmicos são representados pelo gim-jazz (originário da Dinamarca) e pela aeróbica (cujo precursor foi Kenneth H. Cooper, nos Estados Unidos). Desenvolvidos nos últimos trinta anos do século XX, deram lugar a outras modalidades: step, funky; body pump, aquaeróbica, etc., que foram incluídas nas programações de educação física escolar.

Escola Nova e pedagogia americana
A Escola Nova é um movimento pedagógico de reacção contra a escola tradicional que acentua a actividade da criança, tornada no centro da escola. A educação física, portanto, desempenha um importante papel nestas teorias. Entre os seus principais representantes destaca-se a italiana Maria Montessori (1870-1952), com a sua teoria da psicomotricidade, e o filósofo e pedagogo norte-americano John Dewey (1859-1952), que defendeu os campos de desporto como cenário de uma educação adequada para a vida. Influenciados por este último, apareceram três métodos da pedagogia americana: o método dos projectos (Kilpatrick), o plano Dalton (Parkhurst) e o sistema Winnetka (Washburne), os quais propiciaram muitos dos modelos de ensino utilizados hoje em todo o mundo: a atribuição de tarefas, o ensino recíproco, o ensino programado, a descoberta guiada, a resolução de problemas, etc.
Educação física do século XXI
As escolas, sistemas e movimentos evoluíram e avançaram para a educação física do século XXI, que tem como principal característica a sua consolidada inclusão no programa educativo de todo o mundo, enquanto elemento fundamental de uma educação integral. Porque, tal como dizia o espanhol José María Cagigal, a educação física «é, antes do mais, educação». Assim, a educação física do novo milénio colabora na formação de uma pessoa íntegra, procura o seu desenvolvimento psicomotor e fomenta a qualidade de vida através do exercício físico e do desporto; prepara o ser humano para as exigências que a sociedade lhe apresenta e desenvolve a sua criatividade e personalidade. Graças à educação física actual, demo- crática e integradora, as actividades físico-desportivas irão tornar-se numa forma de ser, em companheiras inseparáveis no decorrer de toda a sua vida.









   

energia


clima e gera poluição, por um modelo “limpo”, baseado em fontes de origem biológica, é de suma importância.
Hoje, é indiscutível que o progresso industrial e o desenvolvimento sustentável, assim como a preservação do planeta, dependem da descoberta e utilização de novas alternativas de energia.
Nesse contexto, estuda-se e investe-se atualmente mais do que nunca nas inúmeras possibilidades de utilização em larga escala de fontes alternativas e menos prejudiciais ao 
ENERGIA - Desafios e alternativas para o século XXI 

Matéria publicada no Informativo n° 33 - setembro / outubro de 2000

Texto de Jaqueline B. Ramos*


Fontes: Projeto Energia Alternativa - UFG, Labsolar - UFSC, World Watch Institute e Eletrobrás
Qualquer tipo de energia pode ser definida, de uma forma bem objetiva, pela capacidade que tem de realizar trabalho.
Há 52 mil anos, o fogo foi a primeira fonte de energia que o homem utilizou, depois de sua própria força. Entre 10.000 e 5.000 AC ocorreu a Revolução Neolítica, caracterizada pela domesticação de certos animais que passaram a servir como fonte de energia. Nesse mesmo período, o homem aprendeu a plantar e com a agricultura surgiu a possibilidade de uso da biomassa como energia.
Por volta de 2.000 AC, a navegação começou a usar a força do vento e em torno do século II AC o homem se deu conta da força hidráulica, passando a fazer o aproveitamento da água como fonte energética para mover moinhos. A partir do ano 1.000 DC dá-se início à exploração mais intensa do carvão mineral e com a Revolução Industrial surgem importantes inovações, como a invenção da máquina a vapor.
Nos séculos XIX e XX verificou-se o aparecimento e desenvolvimento da eletricidade e dos motores de combustão interna a gasolina e demais derivados de petróleo.
O petróleo passou então a imperar por todo o mundo como a principal fonte energética e a economia mundial encontra-se hoje moldada à economia ditada pela produção e comercialização dos combustíveis fósseis (veja quadro “Fontes de consumo...”).
Um dos maiores desafios da humanidade no próximo século será descobrir o caminho para reestruturar seu modo de produção e consumo da energia, de maneira que não seja autodestrutivo e que não degrade o meio ambiente.
A questão sobre a substituição de um modelo de geração de energia “sujo”, baseado no petróleo, que afeta o 
meio ambiente, como a energia solar, a energia eólica, o hidrogênio e outras fontes (veja detalhes mais a frente).
Acredita-se, assim, que no próximo século deverão coexistir várias fontes de energia renováveis e pouco poluentes, o que determinará um quadro econômico global completamente diferente daquele em que vivemos nos últimos 100 anos __ a total hegemonia e dependência do petróleo. Dos anos 70 em diante, não houve uma só década em que não hovesse crises do petróleo na economia mundial. Agora mesmo, no início de setembro, estamos presenciando mais uma vez a enorme influência que o petróleo (e sua cotação em dólares) ainda tem na estabilização e crescimento da “moderna” economia globalizada.

O consumo de energia no Brasil

O maior problema enfrentado atualmente no país é o desperdício de energia elétrica que vem ocorrendo nas últimas décadas. Além do consumo ter aumentado naturalmente, cerca de 12% da energia elétrica que o país produz são desperdiçados, ou seja, não são usados para nada, segundo dados da Eletrobrás. Esse número equivale a 7.500 megawatts (MW), ou o consumo de 40% das residências brasileiras.
Na verdade, desde 1995 o consumo de energia elétrica vem crescendo mais do que a capacidade de geração das usinas hidrelétricas, termelétricas e nucleares em funcionamento. Assim, o combate ao desperdício passa a ser a fonte de produção mais barata e mais limpa que existe, uma vez que gera economia e evita maiores impactos ao meio ambiente.
O instrumento usado pelo Governo para tentar diminuir esse desperdício é o PROCEL - Programa Nacional de Conservação de Energia, da Eletrobrás. Entre as metas do programa está a redução da demanda na ordem de 130 bilhões de KW/h em 2015. Isso evitaria a instalação de 25.000 MW, o equivalente a cerca de duas usinas hidrelétricas de Itaipu. Além da diminuição da agressão ao meio ambiente, essa economia levaria o país a ter um ganho líquido de R$ 34 bilhões.
Desperdícios a parte, é fato que o processamento de energia implica, necessariamente, na exploração de recursos naturais e na emissão de rejeitos no meio ambiente. Quando essa visão ambiental é somada ao fato de que os combustíveis fósseis são fontes de energia não renováveis e prejudiciais ao meio ambiente, fica evidente a necessidade da utilização de fontes alternativas para a geração de energia.
Em termos de riquezas energéticas, o Brasil é um país privilegiado. A questão é como fazer para captar essa energia disponível e quebrar o elo de dependência com os combustíveis fósseis, partindo para as fontes de energia renováveis. Esse é um desafio para o Brasil e para o resto do mundo. Conheça a seguir as principais fontes de energia alternativa para o próximo século.

Escola


Como surgiu a Escola Bíblica Dominical




O início da Escola Dominical, como a conhecemos hoje, deu-se em 20 de julho de 1780 na cidade de Gloucester. Era uma cidade importante da Inglaterra no período pós Revolução Industrial, notável por sua indústria de tecelagem. Atraía muita gente que, deixando a vida no campo, seguia para as cidades buscando melhores condições de vida. Entretanto, na cidade de Gloucester, a imensa riqueza de uma minoria contrastava com a grande pobreza e o analfabetismo da maioria da população. O fato de existirem muitas igrejas não impedia o avanço da criminalidade. Robert Raikes, fundador da Escola Dominical, dedicou-se à carreira de jornalista e editor, trabalhando na Imprensa Raikes, de propriedade da família, a qual ele passou a dirigir após a morte de seu pai.

Raikes preocupava-se muito em melhorar as condições das prisões, visando a regeneração dos criminosos que para ali eram conduzidos. Descobriu que o abandono em que viviam as crianças pobres da localidade e as suas atividades, também aos domingos, eram um estímulo à prática do crime. Que perversos os meninos de Gloucester ! Lutavam uns com os outros, eram mentirosos e ladrões, indescritivelmente sujos e despenteados. Depredavam propriedades e infestavam ruas, tornando-as perigosas com as calamidades deles.

Robert Raikes, um homem de profundas convicções religiosas, fundou então uma escola que funcionava aos domingos porque as crianças e os jovens trabalhavam 6 dias por semana, durante 12 horas. Usava a Bíblia como livro de estudo, cantava com os alunos e ministrava-lhes, também, noções de boas maneiras, de moral e de civismo.

O plano de Raikes exigia um profundo sentimento de caridade cristã. Conseguiu que algumas senhoras crentes o ajudassem, fazendo visitas aos bairros pobres da cidade, a fim de convencerem os pais a enviarem seus filhos à escola.

De 1780 a 1783, sete Escolas já tinham sido fundadas somente em Gloucester, tendo cada uma 30 alunos em média. Em 3 de novembro de 1783, Robert Raikes, triunfalmente, publicou em seu jornal a transformação ocorrida na vida das crianças.

O historiador John Richard Green afirmou:"As Escolas Dominicais fundadas pelo Sr. Raikes, no final do século XVIII, originaram o estabelecimento da educação pública popular".

O efeito da Escola Dominical foi tão poderoso, que 12 anos após sua fundação, não havia um só criminoso na sala dos réus para julgamento nos tribunais de Gloucester, quando antes a média era de 50 a 100 em cada julgamento !

Em muito pouco tempo, o movimento se espalhou e várias igrejas ao redor do Mundo organizaram suas Escolas Dominicais. Nas E.B.D. mais antigas, segundo se tem notícia, o ensino limitava-se à leitura de passagens bíblicas estudadas simultaneamente por crianças e adultos. Mais à frente, nasceu o desejo de que houvesse um sistema de lições graduadas : seriam adaptadas ao desenvolvimento da mente infantil e viria estabelecer conveniente e necessária promoção de alunos de grau em grau entre os diferentes departamentos da Escola Dominical.

Em resposta a esse apelo, o Comitê das Lições Internacionais, unanimemente, encaminhou o assunto à Convenção em Louisville, realizada em junho de 1908. Foi criado um Subcomitê, que preparou lições dirigidas aos principiantes, ao departamento primário elementar e ao primário superior. Em anexo, enviaram uma lista dos assuntos que corresponderiam aos anos seguintes desses mesmos departamentos. Anunciou-se também a preparação do programa geral de lições para todos os departamentos em que a Associação Internacional dividiu a Escola Dominical : Principiantes (4 e 5 anos), Primário Elementar (6 a 8 anos), Primário Superior (9 a 12 anos), Intermediário (13 a 16 anos), Superior (17 a 20 anos) e Adultos (20 anos em diante).

fisica



O Fascinante mundo da Física 

Física é a ciência que busca entender e descrever os fenômenos que ocorrem na natureza. É difícil falar qual é o campo de atuação da Física, pois ela não tem delimitações e está sempre em contínua evolução, buscando descrever e desvendar novos fenômenos da natureza. No cotidiano, por mais que passem despercebidos, os fenômenos físicos estão sempre presentes. A Física, de um modo geral, está presente em todas as atividades do homem.

A palavra Física vem de um temo grego physiké, que quer dizer natureza. Esse termo indica a maneira pela qual a física surgiu, que foi com a preocupação de se estudar e compreender os fenômenos naturais.

Com o passar dos anos e com a evolução científica, a física ganhou muito destaque em relação às outras ciências e seu campo de estudo teve uma incrível evolução. Com a expansão dos estudos e as novas descobertas, os cientistas sugeriram uma divisão de áreas dentro da própria física, de forma que cada área englobasse os assuntos que apresentassem propriedades semelhantes e que pudessem ser relacionados por e descritos por leis comuns. Com isso surgiram os seguintes ramos da física:

Mecânica: é o ramo que estuda os fenômenos relacionados com o movimento dos corpos.

Calor: é o ramo que estuda os fenômenos térmicos.

Movimento ondulatório: é o ramo que estuda as propriedades das ondas e as suas formas e meios de propagação. Estuda ainda os fenômenos sonoros, pois o som é uma onda.

Óptica: é a parte da física que estuda os fenômenos luminosos, como a formação da imagem.

Eletricidade: é o ramo da física que estuda os fenômenos elétricos e magnéticos.

Física Moderna: esse ramo estuda os desenvolvimentos ocorridos na física do século XX.

No estudo da física essa divisão surgiu para melhor compreender os fenômenos estudados, tornando o estudo mais fácil e com melhor compreensão do que acontece em nossa volta.
Ao abordar cada assunto deve-se levar em conta a origem de cada tema estudado, seus precursores, ou seja, aqueles que foram os primeiros a estudarem o assunto. Assim como nas outras ciências, na física não se deve fazer com que o aluno decore equações, muito menos os conceitos, é necessário fazer com que ele entenda os conceitos físicos e os associe com o mundo que ele vive, compreendendo como as coisas funcionam no contexto físico.

escrita


A necessidade de registrar os acontecimentos surgiu com o homem primitivo no tempo das cavernas, quando este começou a gravar imagens nas paredes.
Durante milhares de anos os homens sentiram a necessidade de registrar as informações e construíram progressivamente sistemas de representação. Desenvolvida também para guardar os registros de contas e trocas comerciais, a escrita tornou-se um instrumento de valor inestimável para a difusão de idéias e informações. Foi na Antiga Mesopotâmia, há cerca de 6 mil anos atrás, que se desenvolveu a escrita ideográfica, um dos inventos na progressão até a escrita alfabética, agora usada mundialmente.
Em época bastante remota, homens e mulheres utilizam figuras para representar cada objeto. Esta forma de expressão é chamada pictográfica. A fase pictórica apresenta uma escrita bem simplificada dos objetos da realidade, por meio de desenhos que podem ser vistos nas inscrições astecas presentes em cavernas, ou nas inscrições de cavernas do noroeste do Brasil.
Escrita Pictográfica
Escrita Pictográfica


Após, surgiu a escritaideográfica, que não utilizava apenas rabiscos e figuras associados à imagem que se queria registrar , mas sim uma imagem ou figura que representasse uma idéia, tornando-se posteriormente uma convenção de escrita. Os leitores dependiam do contexto e do senso comum para decifrar o significado. As letras do nosso alfabeto vieram desse tipo de evolução. Algumas escritas ideográficas mais conhecidas são os hieróglifos egípcios, as escritas sumérias, minóica e chinesa, da qual provém a escrita japonesa.

internet

Para quem conhece a Internet há menos de cinco anos, sua história poderá parecer surpreendente. Em nenhum momento dos seus primeiros anos concebeu-se o que vem acontecendo hoje. Os motivos do seu surgimento também estavam bem longe da vocação comercial que a Rede assumiu ao longo dos últimos anos.
Para compreender todas essas mudanças, é preciso voltar um pouco no tempo. No final da década de cinqüenta, no auge da Guerra Fria, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos concebeu a ARPA - Advanced Research Projects Agency. Sua função era liderar as pesquisas de ciência e tecnologia aplicáveis às forças armadas. Um dos objetivos foi o de se ter a possibilidade de desenvolver projetos em conjunto, sem o inconveniente da distância física, nem o risco de se perder dados e informações de uma base destruída em caso de combate.
Assim, em 1969, foi criada a ARPANET - ARPAnetwork e em outubro do mesmo ano foi enviada a primeira mensagem remotamente, inaugurando na prática suas atividades. Durante os anos seguintes, a ARPANET foi sendo ampliada com novos pontos em todo os Estados Unidos, passando a incluir também universidades. Em 1971, surgiu o modelo experimental do e-mail (o seu primeiro software veio em 1972), ampliando a utilidade da Rede. Já em 1973, foram criadas as primeiras conexões internacionais, interligando computadores na Inglaterra e na Noruega.
O resto da década de 70 foi marcado pelo crescimento da Rede, por onde circularam mensagens enviadas até mesmo pela Rainha da Inglaterra, Elizabeth II. Também surgiram outras redes paralelas que posteriormente viriam a se unir à ARPANET. Essa união não significava em todos os casos o desaparecimento de alguma dessas redes, pois uma das premissas da ARPANET era de que ela fosse capaz de comunicar se com qualquer computador e/ou rede que houvesse. Essa premissa se mantém até hoje.
Em 1982, foi implementado o TCP/IP, protocolo padrão da Rede. No ano seguinte, toda a parte militar (que recebeu o nome de MILNET) foi separada da ARPANET. Em 1985, surgiram os primeiros domínios (.edu, .org e .gov), logo após à criação deste conceito. Também nessa época, começou a ser usado o nome INTERNET para se referir ao conjunto de redes liderado pela ARPANET. Depois da cisão com a parte militar e o uso já comum do termo INTERNET, a ARPANET se esvaziou e deixou de existir oficialmente em 1990.
Como o pressuposto da Internet é que ela seja aberta a qualquer computador ou rede que deseje se conectar, é preciso haver uma forma de tornar possível essa comunicação, pois sistemas diferentes usam computadores e linguagens diferentes. A maneira de conseguir isso foi através da criação de um protocolo de comunicação padrão, o TCP/IP. Um protocolo é uma forma de comunicação entre computadores. Usando o mesmo protocolo, sistemas diferentes conseguem estabelecer entre si a comunicação desejada.
Em 1991, surgiu a WWW, liderando uma grande mudança nos hábitos e no perfil dos usuários da INTERNET. Um grupo de cientistas do CERN - Laboratoire Européen pour la Physique des Particules <http://www.cern.ch/> decidiu tornar seu tempo de uso da Rede mais rápido, fácil e produtivo. Para isso, desenvolveram e acabaram por criar, em 1991, o serviço WWW. Na época era muito complicado e trabalhoso navegar na Internet. Somente programadores e operadores tinham capacidade para usar a Rede e mesmo para eles isso era trabalhoso e despendia tempo. Com a WWW, a tarefa de navegar tornou-se extremamente simples. Endereçamentos amigáveis e visualização clara e rápida possibilitaram ao leigo um acesso antes restrito a especialistas.
Para navegar nesse novo sistema, foi criado um novo tipo de software, conhecido como browser ou navegador. O primeiro a ter grande impacto foi o Mosaic, liderado por M. Andreeseen, que mais tarde fundaria a Netscape Communications Corporation. O Mosaic se espalhou por milhares de usuários, tornando a WWW conhecida rapidamente, o que levou à multipligação da quantidade de home-pages disponíveis. Com essa multiplicação, mais usuários aderiram, criando um ciclo de crescimento da ordem de 300% ao ano, nos cinco primeiros anos de sua existência.
Com essa explosão e a facilidade de uso, começaram a surgir os usuários de fora das universidades: empresas e pessoas físicas. É quase incontável a quantidade de novos negócios que surgiram e continuam a surgir com os nichos criados pela explosão da WWW. O melhor campo para se observar é o de software. Empresas surgiram da Rede e para a Rede, como a Netscape <home.netscape.com>. Seu primeiro produto foi o browser Netscape Navigator, o qual, com o tempo, superou o antigo Mosaic, e mantém uma posição de destaque num mercado com vários concorrentes.
A estrutura de acesso antes da WWW foi originalmente projetada para membros de centros de pesquisa e universidades. A maior parte das conexões era feita dos próprios centros e laboratórios das universidades, e as que eram feitas de outros locais (casas, escritórios etc.) usavam linhas telefônicas e eram perfeitamente suportadas pela estrutura existente. Porém, com milhares de novos usuários, uma nova estrutura precisou ser montada para complementar a existente. É onde entram os provedores de acesso. Essas empresas têm uma conexão permanente (geralmente de grande capacidade) e modems ligados a linhas telefônicas, disponíveis em grande número para prover acesso aos seus usuários. Mais adiante será explicado em detalhes o funcionamento dos provedores e seu papel no crescimento da Internet.
Além do surgimento de empresas como a Netscape, as tradicionais empresas de informática voltaram seus olhos para esse novo mercado. Algumas mais rapidamente, como a Sun Microsystems, Inc. <http://www.sun.com/>, cheia de inovações para a Web, como a linguagem JAVA, ou a Cisco Systems, Inc. <http://www.cisco.com/>, produzindo um dos principais equipamentos utilizados na Internet, os roteadores, que muito ajudaram a rápida expansão da Rede. Outras empresas foram mais lentas, como a gigante Microsoft Corporation <http://www.microsoft.com/>. Bill Gates, seu fundador e ex-presidente, chegou a chamar a Internet de "uma bagunça sem real potencial de negócios".
O fato é que a Internet chegou a ser um fenômeno de massa, com milhões de usuários espalhados pelo mundo, movimentando milhões de dólares em comércio eletrônico. Há vários fatores que colaboraram com isso, um deles é o fato de a tecnologia Internet ser barata (até por ter sido desenvolvida em grande parte em Universidades e outros centros de pesquisa) e aberta, tendo sido rapidamente incluída em todos os sistemas operacionais. Aplicações que antes eram onerosas (exigindo soluções proprietárias e desenvolvimento específico), com a tecnologia Internet se tornaram bem mais baratas, inclusive pelo maior número de usuários para ratear os custos.
No final do século, a Internet mantém taxas de crescimento altíssimas e novos negócios surgem a cada momento. O que é novidade hoje, amanhã poderá ser apenas uma lembrança ou tornar-se uma idéia bem sucedida e adaptada à rotina da Rede. É muito difícil se prever exatamente como será o futuro da Internet, mas uma coisa é certa: a Rede terá um impacto cada vez maior na sociedade, em todo o mundo. 


Como surgiu o Universo ???

     Responder essa questão de forma que agrade a todos, ou pelo menos a grande maioria, está, sem dúvida alguma, entre os maiores desafios que alguém ou qualquer instituição possa encontrar.
     A origem do Universo é uma das grandes interrogações do homem, e está entre aquelas que mais geram polêmica e desentendimentos.
     Existem duas linhas de respostas para essa tão intrigante questão. O primeiro grupo envolve as explicações de cunho mítico/ religioso e o segundo grupo trata das explicações científicas e filosóficas.
     Aqui, apresentaremos brevemente cada um desses dois grupos de idéias e teorias.
     Os mitos, as lendas e muitos dogmas religiosos apresentam diversas explicações que tratam desde a criação do mundo, o surgimento dos seres vivos, a origem da humanidade e os fenômenos da natureza (chuvas, furações, terremotos, ventos, trovões, relâmpagos, eclipses, arco-íris, etc.). Segundo diversos pesquisadores (antropólogos, filósofos, educadores, teólogos, psicólogos, psicanalistas, historiadores, etc.), tais explicações, embora às vezes aparentemente ingênuas, são importantes por mostrarem valores comunitários nas mais diversas culturas.
     Os mitos cosmogônicos se destacam dos demais por tratarem da origem do Cosmos, buscando explicar como todas as coisas (seres vivos, espíritos, deuses, astros, planetas, fenômenos naturais, etc.) estão inter-relacionadas.
     A cosmogonia chinesa, por exemplo, atribui a origem de todas as coisas a Pan Gu (entidade mítica), que produziu as duas forças ou princípios universais do “yin” e “yang”. O “yin” e “yang” são duas forças complementares ou os dois princípios contrários que se harmonizam e abrangem todos os aspectos e fenômenos da vida. Conforme acreditam os chineses, com a combinação desses dois princípios contrários foram formados os quatro emblemas e os oito trigramas e, por fim, todos os elementos que compõem o Universo.
     Na tradição cristã, o mundo foi criado por um Deus Onipresente, Onisciente e Onipotente, que determinou sob sua própria vontade quando e como surgiriam todas as coisas. De acordo com o Livro de Gênesis, todas as coisas (planetas, cometas, plantas, animais e o primeiro casal, Adão e Eva) foram feitos por Ele em seis dias. E, conforme acreditam a maioria dos cristãos, Deus ainda interfere rotineiramente na sua obra criada.
     Esses são só dois exemplos bastante conhecidos, mas, além deles, existem milhares de outras explicações para a origem do Universo. Com raras exceções, cada povo e cada grupo étnico possui sua própria explicação acerca desse tema. Só para se ter uma idéia do número de mitos e lendas abordando essa questão vale lembrar que atualmente no Brasil existem mais de 220 povos indígenas, cada um com suas particularidades, tradições e costumes. Sendo que muitos destes povos indígenas possuem explicações únicas e totalmente diferentes daquelas apresentadas pelos chineses e cristãos.
     O segundo grupo de teorias apresenta a origem do mundo baseando-se em opiniões filosóficas e estudos científicos. A mais famosa delas é a “teoria do Big Bang” (que significa “grande explosão”), que foi proposta em meados do século XX.
     Mas, antes de falar sobre a “teoria moderna do Big Bang”, é preciso apresentar como e quando no mundo ocidental ocorreu a separação entre as teorias míticas/ religiosas e o pensamento filosófico/ científico.
     Durante toda a Idade Média, a versão predominante da origem do Universo para o mundo ocidental estava intimamente ligada à “teoria Criacionista” do cristianismo católico. No período do Renascimento, pouco a pouco, as concepções tradicionais do cristianismo sobre a criação foram deixadas de lado pela maioria dos filósofos e cientistas.
     O filósofo inglês John Locke (1632-1704) não aceitava a criação como obra “ex-nihilo” (criação a partir do nada). Para John Locke, a origem do Universo só poderia ter ocorrido a partir da elaboração de matéria preexistente. Partindo dessas idéias, diversos filósofos como o holandês Baruch de Spinoza (1632-1677), o escocês David Hume (1711-1776) e os alemães Immanuel Kant (1724-1804), Johann Gottlieb Fichte (1762-1814), Friedrich W. J. von Schelling (1775-1854), deram enormes contribuições nessa polêmica questão. Essas contribuições culminaram com a concepção de Georg W. Friedrich Hegel (1770-1831), que não conseguia imaginar a idéia de Deus sem a existência do mundo. A criação, para Hegel, é concebida em sentido naturalístico, como evolução, ou em sentido idealístico, como atividade universal do espírito.
     Dando seqüência às idéias desses filósofos e com a contribuição de diversos outros pesquisadores, na década de 1920, os russos Alexander Alexandrovich Friedmann (1888-1925) e Abbé Georges Lemaître (1894-1966) apresentaram uma primeira versão sobre a “teoria do Big Bang”. Um pouco depois, na década de 1940, um grupo de pesquisadores chefiado pelo americano George Anthony Gamow (1904-1968) apresentou uma versão modificada dessa teoria e que está em uso até os dias de hoje.
     Segundo George Gamow, o universo expandiu-se rapidamente a partir de um estado inicial de alta compressão, o que teve como resultado uma significativa redução de densidade e temperatura. Logo depois, a matéria passou a predominar sobre a antimatéria. Depois de alguns segundos, com a possível presença de alguns tipos de partículas elementares, o universo teria se resfriado o suficiente para surgirem núcleos de gases, tais como: hélio, lítio e hidrogênio. Após isso, formaram-se os primeiros átomos. E, em seguida, houve o preenchimento do universo através de sua expansão.
     Tudo isso, desde os primeiros estágios iniciais do surgimento do Universo, passando pela formação de galáxias e sistemas planetários até chegar aos dias atuais, transcorreu em um período de aproximadamente 15 bilhões de anos.
     Vale lembrar que ao longo das últimas décadas, a “teoria do Big Bang” ganhou inúmeras outras contribuições através de diversos estudiosos, como por exemplo, os americanos Arno Allan Penzias (1933-) e Robert Woodrow Wilson (1936-), e o britânico Stephen William Hawking (1942-). E, na mesma proporção que a “teoria do Big Bang” ganhou adeptos, inúmeros também foram aqueles que se aglomeraram em torno da tentativa de difamá-la e combatê-la.
     Mas, independente de cremos ou não em qualquer uma dessas teorias, o mais importante que cada um de nós pode fazer é pensar no presente e no futuro que queremos deixar para as próximas gerações. Pequenas atitudes individuais e coletivas, tais como respeito ao próximo, maior tolerância às diferenças, luta contras as desigualdades sociais, interesse na preservação do meio ambiente, entre tantas outras, podem ser fundamentais para garantirmos um futuro promissor para nossos descendentes.
     É nisso que temos que nos concentrar, pois certamente que essas polêmicas acerca da origem do Universo ainda vão continuar por um longo tempo. E se ficarmos envolvidos unicamente nessas polêmicas acerca do passado, nós corremos o risco de esquecer nosso presente e o futuro que queremos.